domingo, 22 de dezembro de 2013

Opinião «O Diplomata» - Vasco Ricardo

Em primeiro lugar, quero agradecer ao autor Vasco Ricardo o facto de me ter, gentilmente, cedido o seu livro, que há muito desejava ler. Já tinha lido algumas críticas à obra, maioritariamente positivas, e ia com boas expectativas para esta leitura, mas a verdade é que não me cativou. Achei a escrita fluída, mas toda a história é, na minha opinião, demasiado fria.
 
 

Não consegui simpatizar com o Gabriel, nem sequer sentir pena dele, por tudo aquilo que passou ao longo da sua infância. É um homem de poder e de sucesso, igualmente feliz no amor, e embora compreenda que a obra não é especialmente um romance, gostava de ter visto mais emoções da parte deste diplomata, não só em relação à família (que vejo quase esquecida ao longo da história), mas em relação a si mesmo e às acções que tornam este homem aquilo que é.
Confesso que achei a leitura um pouco penosa, de início, com tanta politiquice e pouca emoção à mistura. As partes que verdadeiramente me prenderam à leitura foram a do passado deste homem (eram sempre as passagens que mais desejava ler). Acho que o passado está bem explícito, mas senti falta que o autor explicasse, no presente, um pouco melhor a razão pela qual Gabriel chega a Secretário de Estado, e a forma como isso acontece. É, sem dúvida, um homem movido pela vingança, mas é uma vingança que não me fez palpitar o coração. Tudo lhe corre bem, sem incidentes, mesmo nos piores crimes que comete, e só no momento em que ele confunde o general com um sósia e teme pela família é que eu dei por mim a desejar saber mais e mais. Porém, foi um sentimento de pouca dura, porque tudo volta a correr bem, e embora eu compreenda os motivos de vingança deste homem, foi-me difícil compreender como é que nunca chega a ser punido por isso (e todos estão a seu favor) quando ele está a fazer o mesmo que fizeram à família dele.
Acho que é uma história fria, com personagens frios. Sei que é uma história de vingança, mas não consegui sentir isso como algo verdadeiramente real, que me fizesse odiar ou amar Gabriel. A forma como a obra termina é previsível, sem o ser, devido àquela estranha atitude que Gabriel acaba por tomar. No lugar dele, eu não sentiria paz de espírito, mas ele acabou por sentir, sem ter feito nada do que desejava, e acabando por adiar, uma vez mais, a vingança.
Resumindo, gostei da escrita do autor e acho que «O Diplomata» é um livro bem estruturado, mas a história é um pouco aborrecida e previsível. Fico, no entanto, à espera de novas obras do autor. Vou de certeza voltar a apostar.
 
Sinopse:
 
Gabriel é um político norte-americano de topo que possui uma família perfeita e uma reputação imaculada. Contudo, por detrás da sua figura exemplar, um outro homem emerge. Violento, frio e calculista, Gabriel parte em busca de algo e não parará enquanto não for bem-sucedido.

"...E quando já ninguém chorava, dei por mim a verter lágrimas que cheiravam e sabiam a sangue..."
Read More

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Pack de Natal «O Funeral da Nossa Mãe» e «As Gotas de um Beijo»

Eu e a autora Célia Loureiro unimo-nos numa iniciativa de Natal, que conjuga as nossas duas últimas obras publicadas, ambas editadas pela Alfarroba Edições.
 
 
 
 
 


São dois romances contemporâneos, unidos num pack de Natal bastante tentador, válido até ao dia 31 de Dezembro!
 
Os interessados poderão adquirir os dois exemplares, «O Funeral da Nossa Mãe» e «As Gotas de um Beijo», por apenas 17 euros.
 
Quem já tem os dois exemplares, pode sempre oferecê-los a quem mais ama, neste Natal! Para encomenda de exemplares, enviem-nos mensagem privada através das nossas páginas, no Facebook. 
 
Aproveitem! Eu sou suspeita, mas ambos os romances são muito bonitos, à sua maneira, e não tenho dúvidas de que é um maravilhoso presente de Natal!
 
Obrigada e Boas Festas! :)
Read More

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Opinião - Amores Contados - Alfarroba Edições

«Uma questão matemática» - 3
«As fotografias falam baixinho» - 4
«Amor de viagem» - 1
«Café Avenida» - 4
«Um, dois, três» -3
 
 
 


No geral, posso dizer que foi uma leitura agradável, embora o conto «Um amor de viagem» fosse muito lentamente destruindo a minha vontade de continuar a ler. Já explico porquê.
Em primeiro lugar, «Uma questão matemática», de Ana Ferreira: Achei a história interessante e bem estruturada, com uma linguagem simples e acessível. É, sem dúvida, uma história de amor entre um casal que acaba por fazer de tudo para não cair no divórcio, uma história real, com personagens que me pareceram reais e me levaram a mergulhar no enredo sem medos. Mas confesso que achei a mulher demasiado forte e o homem demasiado fraco: Elizabete é, para mim, o elo mais forte do casal, enquanto João se deixa levar um pouco pelos desejos dela, chegando a humilhar-se, por vezes. Gostava que ele tivesse sido mais forte e que houvesse mais química entre os dois. No geral, senti falta de um enredo mais romanceado e não tão cru, como aconteceu. A História trata problemas reais, mas eu senti necessidade de sonhar um bocadinho, mesmo ao nível da linguagem usada, porque, por vezes,continha excesso de palavrões, na minha opinião. Isto é um defeito meu, porque eu gosto de coisas queridas e fofinhas, e admito que a história me cativou, ainda assim. Gostei do amor entre o casal, da forma como resolveram as coisas e da questão matemática inerente. Achei muito interessante a forma como a autora expôs as coisas, porque, no fundo, não passa tudo de uma questão matemática. Já tinha lido outros contos da autora e gostei muito. Fico à espera de novas publicações. :)

«As fotografias falam baixinho», de Cristina Milho, foi uma história que não me cativou de início, mas que me foi conquistando aos poucos. Gostei do sentimento inerente à história, da forma romanceada como a autora escreve e daquele amor tão forte, que nos fica na memória. No entanto, penso que necessitava de ser mais aprofundado, com mais enredo e mais páginas. Acho que a história daria um bom romance.

«Amor de Viagem», de Francisco Vilaça Lopes, foi, sem dúvida, o conto que me custou a entrar e só o li até ao fim porque não gosto de desistir e não queria passa-lo à frente para começar outro conto. Não consegui perceber a história, nem quem fazia ou dizia ou quê, nem onde estava em qualquer das passagens do livro. Os cenários são confusos, as personagens também, e a história...não a compreendi. O autor passa de um cenário para outro e de um personagem para outro, sem dar qualquer indicação ao leitor, e acaba por ser uma confusão que não se entende. Muito menos compreendi o que tinha a história a ver com romance. «Amores contados» é o tema da coletânea de contos. Não gostei nada.

«Café Avenida», de Jorge Campião, foi um conto que me surpreendeu. Gostei da escrita, da história e dos personagens. Na verdade, quando terminou, queria mais. Fiquei sempre com a ideia de que a Marta não estava a dizer exactamente a verdade no final da história, e que, no fundo, nem sequer era mulher para Carlos, nem ele para ela. Gostei da aproximação dele com Xiu Fei, do tema da desconfiança e da traição, e da forma como é abordado, deixando, no final, um sabor agridoce na boca do leitor.

Por fim, «Um, dois, três», de Rosa Bicho Gonçalves: É um conto pequeno, mas bonito. Muitos leitores não gostaram dele, mas eu consegui perceber o sentimento e a mensagem que a autora quis passar, e diga-se, uma mensagem forte e triste ao mesmo tempo. A escrita era fluída, por vezes, outras vezes nem tanto. Fez-me confusão a forma como a autora deixava as frases e os pensamentos em suspenso, mas o tema era interessante e eu gostei.
Read More

Fotografia

As fotografias são da autoria de Rui Canelas.
Com tecnologia do Blogger.

© Carina Rosa , AllRightsReserved.

Designed by ScreenWritersArena